Me preparando para sair de casa, perco uns 10 minutos perambulando pela casa pra só depois reparar que tudo o que eu preciso já está em minha posse. Celular, carteira, identidade... - até pouco tempo atrás, maço de cigarros e isqueiro, hoje não mais - Tudo certo e lá vou eu.
Especialmente hoje, recebi a árdua missão de ir a Campo Grande e tive que sair sem algo que me fez muita falta: O fone de ouvido.
Quando estou em casa, ou estou no computador - com uma aba aberta na página do youtube ouvindo algo, ou com o WMP aberto -, ou estou tocando violão - estudando ou de bobeira -, ou estou ouvindo música pelo celular, no banheiro por exemplo. Ou seja, o caminho daqui pra lá, sem fones de ouvido, foi tedioso ao extremo. Levei um livro interessante, mas nada que possa substituir o poder que suas músicas prediletas têm de te entreter. Não consegui nem ler o caminho todo, faltando menos da metade cheguei a cochilar. Enfim.
Lá cheguei, fiz o que tinha que fazer e voltei a uma loja de instrumentos musicais - A Disconildo de Campo Grande - que eu já havia avistado no caminho de ida para o calçadão de Campo Grande, que foi meu destino. Ao chegar à loja, perguntei a respeito de cajóns, mas não vi nada que me interessasse. Parti pros violões. Dei uma paquerada num Yamaha e cheguei a perguntar o preço, mas na verdade, eu estava querendo tocar aquele violão. Continuei dando mais uma olhada na loja, vi uns conjuntos de D'Addario e um fone de ouvido da Sennheiser. O fone de ouvido me seduziu. Perguntei o preço pensando: "Deve ser uns 50 conto, meio caro, mas se pá eu compro". O vendedor virou-se pra mim e disse sem rodeios: "300 reais. Ele é auricular.". Meu pensamento debochado e desinibido que só ele, dizia: "Uhum, claro. Auricular."
Minha incursão havia acabado ali.
Ao sair da loja pensei comigo que se eu tivesse 300tão pra dar naquele fone, eu daria, e resolvi por procurar um fone de preço acessível. Continuei andando, olhando atento, quando avistei numa esquina um shopping de informática. Entrei e logo de cara achei uma loja que vendia fones de ouvido. Saí da loja já com o fone de ouvido conectado ao celular, batucando nas pernas, assoviando, fazendo beatbox e todo tipo de maluquice que se possa imaginar alguém fazendo sozinho no meio da rua.
Esperando o trem na estação, batucava e viajava nas escalas cromáticas de Vôo dos Urubus, de Toninho Horta. Depois veio Ed Motta com a faixa 8 do Chapter 9, George and the Dragons. E eu, sentado, assoviava, batia os pés no chão e as mãos nas pernas como se
fosse um retardado tivesse com uma bateria à minha frente. Já dentro do trem, vim pensando em fazer um blog falando sobre música, aí cheguei em casa, abri o bloco de notas e comecei escrevendo um texto que começa assim: "Me preparando para sair de casa..."