terça-feira, 18 de setembro de 2012

Que música ruim!

Se você assistisse ao vídeo que estará disponível no final deste texto sem que o fosse adicionada nenhuma informação, você, provavelmente, diria que é uma música bem esquisita de um compositor muito louco que deve ter tomado muito ácido e estava com um grande mau-humor no dia que a compôs. Sim. 

Você não imaginaria que por trás dessa grande "bagunça" que eles fazem no palco, existe todo um sistema de organização de notas musicais. E que foi criado em 1920. Por um cara chamado Arnold Schoenberg. Chamado dodecafonismo.

Você nunca imaginaria isso.

É interessante assistir, não só pela música muito loka, mas também pelo clima do próprio festival, chamado Festival Universitário da MPB, ocorrido em maio de 1979 e promovido pela Tv Cultura, que me deixou com aquela "saudade do que não vivi".

O tal cara idealizador de trazer esse sistema, usado até então na música erudita e apenas nela, para a música popular brasileira, chama-se Arrigo Barnabé.

Coisa de louco! Legal pra caramba!

Diversões! 
Eletrônicas! 

Diversões Eletrônicas - Arrigo Barnabé e Lourdes Regina Porto

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Inédito: Curti "Gangnam Style" e vocês não podem me julgar.

Eu sou adepto da boa música. Com relação a isso, admito, sou chato pra cacete. Não gosto nem de conversar muito com as pessoas - às quais não dei muita intimidade e, por consequência, não tenho -  a respeito de música, porque muitas vezes sinto que devo concordar com coisas que pra mim não estão de acordo (ainda que esteja sendo dita a maior asneira já proferida no período pós-pangeia), pelo fato de odiar aqueles momentos constrangedores onde você discorda tanto de quem tá falando que se você disser o que tá pensando, é capaz que se entre numa discussão mais acalorada, e ninguém quer se estressar com quem não tem intimidade por um motivo tão banal, né?

Ouço música chata, música de velho, música deprê, música de velório. Ouço tudo isso e nem ligo pro que dizem. Curto mesmo. Ó, por exemplo, agora tô ouvindo pela primeira vez o cd Bryter Layter de um cara chamado Nick Drake (clique em Nick Drake e ouça uma das músicas), depois de estar cansado de cantar de cór as músicas dos dois outros cds, Pink Moon e Five Leaves Left. Só exemplifiquei pra você saber do que eu tô falando. Se você ouviu e achou legal, não se enquadra no tipo de pessoa que chama isso de música de velho. Óbvio.

Digo isso tudo porque nos últimos dias, acabei me rendendo a uma música, mas não exatamente à música e sim ao espírito de auto-avacalhação do senhor que faz dancinhas épicas enquanto canta a melodia de uma nota só, bem como também à aura do próprio clipe. Eu definiria o estilo como Pop-Glam-Zuera.

Aí vem o Latino e COPIA na cara dura, e vira hit aqui. É por isso que o Brasil, blá blá blá. 

Vê lá se tem ucraniano fazendo chapinha no topete, comprando calça dois números abaixo e cantando versão de sertanejo universitário na Europa depois que o Michel Teló garantiu vida de pachá à próxima geração da família dele inteira, emplacando um hit em quase todo o continente... Ve lá.

Duvido.

Gangnam Style - PSY

P.S.: O que são as japinhas delicinhas que aparecem dançando no clipe, maluco?

OPPA GANGNAM STYLE!





quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Achado na Internet

Como já disse Caetano: "O Amor é cego. Ray Charles é cego. Stevie Wonder é cego, e o albino Hermeto já não enxerga mesmo muito bem..."

Falando em cegueira, acho que seria injustiça não postar isso.

Nesse vídeo, Nahuel Pennisi e Silvana di Matteo executam algo do mais precioso que eu já pude testemunhar. Acho que precioso é a palavra. E cada vez que assisto fico mais dopado. 

Bom, menos palavras e mais ação. Então, cliquem play e vamos curtir essa onda juntos.

Romance de la Luna Tucumana - Nahuel Pennisi e Silvana Di Matteo


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Influências.


Na infância, época onde não tinha poder de escolha sobre o que ouviria, era submetido por meu pai a doses cavalares do cd de Natalie Cole, de cabo a rabo. Vez por outra Tony Bennett, James Taylor, Phil Collins... Ou a coletâneas que continham versões instrumentais de "O Barquinho" de Roberto Menescal e "Arrastão" de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Depois, mais velho, quando pude escolher, lembro que roubei da casa do meu pai, por livre e espontânea vontade, dois cds de duas grandes feras da música: B.B. King e Tom Jobim.

Parece que os hábitos do meu velho tinham dado algum resultado.


Hoje tenho algumas composições instrumentais inspiradas em obras de artistas como Andy McKee, José González, Nick Drake entre outros.

Ouço bastante também, artistas de talento reconhecido já a muito tempo como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton, e etc.
São grandes influências alguns virtuoses da música instrumental: Egberto Gismonti, Toninho Horta, Arismar do Espirito Santo, Hermeto Pascoal e etc. Gosto também de caras de uma geração mais nova, mas não menos talentosos como: Lenine, Paulinho Moska, Lobão, Marcelo Camelo, entre muitos outros. Poderia falar na música contemporânea internacional, mas prefiro não me alongar.

Digo isso tudo para agora chegar ao motivo que me fez vir até aqui escrever.

Achei justo fazer aqui - lugar mais apropriado não poderia haver para tal ato - reverência à minha maior influência. Minha maior influência que hoje se resume a quase nada no que diz respeito ao som que eu faço, mas é sim a maior influência por ser minha fonte de água límpida. Meu primeiro contato foi com ele e ele, "em carne-e-osso", me acompanhou por toda a infância e por boa parte da adolescência - período onde eu conheci o violão e me enveredei por caminhos diferentes.

(Meu pai frequentava muitas rodas de samba e me levava a tiracolo. Poderia contar inúmeras histórias aqui, mas, como já disse, não quero me alongar. O texto já tá ficando até grande demais.)

Vim aqui hoje prestar homenagem ao samba e relembrar a mais remota memória que eu tenho de samba na vida. Ele continua presente no meu sangue, e por isso, por mais que hoje eu tenha preferências que estejam distantes dele, não poderia renegar minhas origens.

Ela é Uma Cara de Pau - Partideiros do Plá

domingo, 9 de setembro de 2012

Quem é Egberto???

Ok. Essa é a hora de dar sentido a título e descrição do blog:

Egberto Gismonti é um Pianista/Violonista/Arranjador/Compositor, nascido no interior do estado do Rio de Janeiro, mais exatamente na cidade de Carmo, algo curioso, pois em alguns momentos ele me passa uma forte impressão de que é cidadão... romeno, sei lá. Não me perguntem o porquê.

Excentricidade deveria ser seu nome do meio e isso tá estampado nele, externa e internamente.

É um dos maiores virtuoses da música universal e é famoso por transitar pelos polos erudito e popular com incrível maestria.

Vou deixar um vídeo de uma de suas grandes músicas, chamada Forrobodó. E é óbvio, eu não preciso dizer que ele dará as caras por aqui muitas vezes ainda, mas prometo tentar não ser chato.

Forrobodó - Egberto Gismonti

sábado, 8 de setembro de 2012

Música é coisa de maluco.

Dizem por aí que todo músico é louco. Digo que nem todo, mas em grande parte falta um parafuso, e eu me considero um desses, só pra constar.

Acho aliás que músico que não tem um toque de maluquice, não tem graça. E isso pode se aplicar a todas as atividades que precisem de criatividade. A loucura, muitas vezes, é ingrediente importante para que se descubra algo novo, que se desbrave novos caminhos.

E em homenagem a um desses muitos malucos que existem na música, vou postar aqui um vídeo onde o maluco Arismar do Espírito Santo (na bateria), mostra que sua maluquice é digna de camisa de força e manicômio.

Bom Dia - Michel Leme (guitarra)

7:33 - O elogio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Instrumentos exóticos: Hang Drums

Da série old but gold, trago pra quem ainda não viu esse instrumento chamado hang drums, percussivo e melódico ao mesmo tempo, que na mão de quem sabe, faz uma sonzeira muito bolada.

Dante Bucci - Fanfare

Esse som me lembra duas coisas: Videogame e época medieval.
Achei foda.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

"SE JOGA, BEEEESHA", não.

Pensei comigo: "Bom, vou fazer que nem todos os blogueiros musicais: Verei um clipe "atual", que esteja na moda, antenado, e darei meu parecer sobre." 

Lembrei de Florence and the Machine e fui ao site deles pra assistir alguma coisa. Tudo bem que Florence and the Machine já tá pra sair de moda de tanto tempo que tá na moda, só acontece que eu NUNCA tinha ouvido nada. 

Dei o play no clipe e não passei dos 30 segundos. Sério. 

Só passavam pela minha cabeça comentários preconceituosos e preguiçosos como: 
"Coisa ou pra gay, ou pra mulher." ou "Isso é música que um gay olha pro outro e, em seguida, as duas "se jogam" na pista de dança." 

Posso ter me precipitado, aliás, se alguém conhece música deles que se garanta em dizer "não, essa é legal!", pode me passar. Ela parece até cantar bem. A minha crítica é ao estilo da música, o que acaba não se caracterizando como crítica, no sentido negativo da palavra. É uma simples questão de gosto mesmo. 
Não tive paciência. Enfim. Vocês mesmos que confiram com seus próprios olhos ouvidos.


Parece que quando esse tipo de coisa acontece, meu cérebro, NA HORA, me põe nos eixos novamente e me joga algo muito bom e, graças a esse mecanismo, lembrei de "Samba pro Rapha". Canção feita por Yamandu Costa em homenagem a Raphael Rabello. Uma composição à altura do violonista que foi Raphael Rabello, diga-se de passagem.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Voo dos Urubus - Toninho Horta

Para quem ficou boiando quando eu citei o "cromatismo musical de Voo dos Urubus, de Toninho Horta", aqui vai a composição desse que dispensa apresentações.

Vale lembrar que cromatismo musical é, a grosso modo, o uso das notas sucessivamente, de semitom em semitom. É possível perceber os cromatismos - ascendentes e descendentes - em inúmeras ocasiões na melodia da música.

Novos fones de ouvido.


Me preparando para sair de casa, perco uns 10 minutos perambulando pela casa pra só depois reparar que tudo o que eu preciso já está em minha posse. Celular, carteira, identidade... - até pouco tempo atrás, maço de cigarros e isqueiro, hoje não mais - Tudo certo e lá vou eu.

Especialmente hoje, recebi a árdua missão de ir a Campo Grande e tive que sair sem algo que me fez muita falta: O fone de ouvido.

Quando estou em casa, ou estou no computador - com uma aba aberta na página do youtube ouvindo algo, ou com o WMP aberto -, ou estou tocando violão - estudando ou de bobeira -, ou estou ouvindo música pelo celular, no banheiro por exemplo. Ou seja, o caminho daqui pra lá, sem fones de ouvido, foi tedioso ao extremo. Levei um livro interessante, mas nada que possa substituir o poder que suas músicas prediletas têm de te entreter. Não consegui nem ler o caminho todo, faltando menos da metade cheguei a cochilar. Enfim.

Lá cheguei, fiz o que tinha que fazer e voltei a uma loja de instrumentos musicais - A Disconildo de Campo Grande - que eu já havia avistado no caminho de ida para o calçadão de Campo Grande, que foi meu destino. Ao chegar à loja, perguntei a respeito de cajóns, mas não vi nada que me interessasse. Parti pros violões. Dei uma paquerada num Yamaha e cheguei a perguntar o preço, mas na verdade, eu estava querendo tocar aquele violão. Continuei dando mais uma olhada na loja, vi uns conjuntos de D'Addario e um fone de ouvido da Sennheiser. O fone de ouvido me seduziu. Perguntei o preço pensando: "Deve ser uns 50 conto, meio caro, mas se pá eu compro". O vendedor virou-se pra mim e disse sem rodeios: "300 reais. Ele é auricular.". Meu pensamento debochado e desinibido que só ele, dizia: "Uhum, claro. Auricular."

Minha incursão havia acabado ali.

Ao sair da loja pensei comigo que se eu tivesse 300tão pra dar naquele fone, eu daria, e resolvi por procurar um fone de preço acessível. Continuei andando, olhando atento, quando avistei numa esquina um shopping de informática. Entrei e logo de cara achei uma loja que vendia fones de ouvido. Saí da loja já com o fone de ouvido conectado ao celular, batucando nas pernas, assoviando, fazendo beatbox e todo tipo de maluquice que se possa imaginar alguém fazendo sozinho no meio da rua.

Esperando o trem na estação, batucava e viajava nas escalas cromáticas de Vôo dos Urubus, de Toninho Horta. Depois veio Ed Motta com a faixa 8 do Chapter 9, George and the Dragons. E eu, sentado, assoviava, batia os pés no chão e as mãos nas pernas como se fosse um retardado tivesse com uma bateria à minha frente. Já dentro do trem, vim pensando em fazer um blog falando sobre música, aí cheguei em casa, abri o bloco de notas e comecei escrevendo um texto que começa assim: "Me preparando para sair de casa..."